Caminhar nos Passadiços do Paiva

Nem demos conta, mas fez 2 anos que começámos a juntar o grupo para caminhar, explorar sítios desconhecidos, num ambiente descontraído com muita conversa, troca de ideias e companheirismo. A vontade de visitar o destino surgiu primeiro, juntar o grupo do costume foi efeito inevitável para a causa, já que é sempre mais animado e bem-disposto desta forma.

Há muito que ameaçava uma visitinha aos célebres Passadiços do Paiva. Foi-se adiando, ora porque está muito calor, ora porque os incêndios destruíram metade, ora porque vamos esperar que passe a época do português se deslocar em massa aos passadiços, em suma, um mar de justificações, todas elas muito válidas! Chegou Abril, os passadiços estão recém construídos e, se calhar é melhor ir já, antes que ardam outra vez. Assim se reuniram as tropas, e lá fomos, 14 almas, bem agasalhadas, rumo a Arouca.

O percurso dos passadiços tem dois extremos: a Praia Fluvial de Areínho e Espiunca. Escolhemos o Areínho porque tínhamos percebido que, a partir daí o percurso começa difícil mas termina ligeiro. Confirmou-se! O percurso inicia com uma escadaria. Não considero que a minha preparação física seja muito má e quando cheguei ao topo achei que desfalecia! A partir daí é peanuts!

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Depois da escadaria é que surge o ponto de controlo das entradas. Enquanto passávamos todos felizes e contentes, com os nossos bilhetes na mão, o controlador das entradas tentava explicar a um senhor que não tinha bilhete, que não lhe ia vender um porque estava esgotado, ainda que os passadiços estivessem quase vazios, à conta das desistências face à ameaça de mau tempo e da queda do céu a qualquer momento. Quem acha que chega lá, faz o choradinho à la portugaise e consegue comprar bilhete, é melhor não contar com isso. Por ali, está esgotado, está esgotado! Podiam ganhar os euros extra? Sim, sem dúvida, mas por algum motivo que ainda não percebi não o fazem. Entretanto, não sei se mudaram a estratégia de vendas, mas é melhor contar sempre com reserva antecipada.

A paisagem é, realmente linda. Uma mistura de verde das árvores, castanho da terra, azul do rio e cinzento do céu (Havia de ser mais bonito em tons de azul, mas não nos saiu em sorte!). O percurso faz-se ao longo do rio Paiva, entre as montanhas. A pouca afluência permitiu-nos tirar fotos tranquilamente, inclusive na ponte suspensa, não aconselhável a seres mais sensíveis a alturas.

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Não foi cansativo e chegámos aos fim, a Espiunca, com vontade de um bocadinho mais. A paisagem é bonita? É sim senhores, e a estrutura também está construída em perfeita harmonia com a montanha. Vale a pena a visita? Vale, sim senhores! Diria, no entanto, que é um daqueles casos em que a publicidade ao sítio deixa as expectativas tão altas, que no fim fica a sensação de faltar qualquer coisa. Quem vai com sol e tenha possibilidade de passar algum tempo na praia fluvial sai, sem dúvida, a ganhar.

Distância: 8 kms          Tempo: pouco!          Dificuldade: Fácil

No final, os condutores dos carros seguiram num táxi até ao Areínho, que regressaram a Espiunca para recolher o grupo. O mau tempo não nos demoveu de fazer a caminhada, mas demoveu-nos de fazer um piquenique. Acabámos por escolher almoçar num restaurante da zona, a famosa posta arouquesa. Há alguns restaurantes à volta dos Passadiços, embora, seja sempre necessária a utilização do carro para a deslocação. Como qualquer destino turístico, os preços e a forma de atuar dos restaurantes refletem o aumento de visitantes. Tendo tido a experiência de comer a mesmíssima refeição, individualmente e em grupo, estes últimos saem penalizados em preço, quantidade, qualidade e atendimento.

O saldo foi positivo entre a caminhada, o convívio e a boa-disposição, apesar do tempo cinzento que nos acompanhou o dia inteiro. Olhando para trás, foi um belo início de muitas e animadas viagens juntos.

Sara

Fotografias: próprias

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