A Ilha de Capri, foi durante muito anos destino e inspiração de pintores, poetas e intelectuais. Hoje é mais fácil encontrar por ali modelos, jogadores de futebol e celebridades da televisão.
Homero conta que Ulysses pediu para ser amarrado ao mastro da sua embarcação quando passassem ao largo de Capri para não ceder ao canto das sereias. Ulysses ouviu as sereias e implorou para o soltarem, felizmente os marinheiros tinham tapado os ouvidos com cera, para resistirem ao encantamento, e não o ouviram.
A história e a fama da ilha deixou vontade de gastarmos um dos dias para a visitar. No dia mais quente, apanhámos o barco, maior do que os habituais, em Maiori, e seguimos numa viagem de 1 hora ao longo da costa. A pouco tempo de chegarmos, enquanto o barco fazia o tradicional giro dell’ isola, o guia Giovanni assumiu os comandos e o entretenimento do grupo. Passámos por baixo do Arco Naturale e reza a tradição que casal que se preze deve dar um beijinho quando ali passa, a troco já não me lembro do quê.
Ainda a bordo, comprámos um city tour da mesma empresa da embarcação, Alicost, de um dia que nos garantia transporte pela ilha e despreocupação com o tempo e com o que visitar. Assim sendo, pezinhos fora do barco, e embarcamos em mais uma aventura.
Tendo em consideração que as ruas são minúsculas em largura, estávamos em em Agosto, e a ilha está sobre-lotada, não estranhámos que:
1) todo os carros caminham de espelhos recolhidos e abundantemente riscados nas laterais;
2) os condutores de scooters são loucos e põem a vida à prova, na tentativa de chegar mais rápido ao destino;
3) os minibus são muito mini, a ponto de uma pessoa com uns quilitos a mais ver a sua vida a andar para trás;
4) os autocarros públicos, os cor-de-laranja, parecem verdadeiras latas de conserva!
De minibus fomos a Capri e Anacapri, as duas povoações da ilha. Gostei muito, mas… As expectativas estavam tão altas que ficou um saborzinho de “esperava mais”. O centro histórico de ambas é vistoso e as vistas do Jardim de Augusto em Capri e o miradouro da Vila de San Michelle são os pontos altos do passeio. O espaços são pitorescos, muito bem cuidados, as ruas cheiram a perfume e proliferam lojas para turista comprar o linho, as sandálias de pele, o limoncello e o chocolate da região. Escolhemos não ir à gruta azul, porque já tínhamos lido, e o guia confirmou, que se gasta 2 ou 3 horas e demasiados euros para se conseguir entrar na gruta e no fim… é uma gruta, com efeitos de luz azul!
Guardámos o final do dia para ir à praia, mas os 40 graus que nos acompanharam durante todo o passeio transformaram-se numa trovoada seca monstruosa e uma repentina queda de chuva invernal! A temperatura não desceu, mas a ideia de estrear a praia da ilha desvaneceu!
Quem quiser, por um preço simbólico de 25.000 eur/m2 pode construir uma casita de férias e voltar sempre que apetecer!
Dica: os tours privados de um dia, em época alta, compensam cada um dos 22 euros gastos. Normalmente, gostamos de andar por nossa conta, o que, neste caso, seria uma perda de tempo. O tour garante transporte sem filas de espera de horas, conseguimos chegar aos pontos mais importantes, o guia faz visita guiada e dá informações úteis sobre a ilha em cada um dos locais, dão tempo livre para explorarmos a ilha e ainda garante que em caso de chover torrencialmente, conseguimos chegar ao (último e único) barco a horas.

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