Niepoort de Portas Abertas – uma crónica mais feminina

Desde o ano passado que definimos, ou eu defini, o “Niepoort de Portas Abertas” como o melhor evento de vinhos, no Porto! Em 2018 entrámos em modo descoberta, “a ver o que é que isto é”, e saímos em jeito de “para o ano estamos cá batidos, é certinho direitinho!”

Quando saíram as primeiras informações do evento, ficámos assim com um misto de emoções porque o preço quase que duplicou. Para mim, que tenho por lema consumir o equivalente ao valor da entrada para ser um bom investimento… 25 Euros em vinho (para mim) não sendo uma tarefa impossível, afigura-se desnecessária. A não ser que houvesse… ostras outra vez!

Ainda a ideia de ir à Niepoort estava a marinar, ali entre o cortical superior e hipocampo, quando nos cruzámos, noutro evento, com uma cara conhecida d’ O Gaveto, a servir arroz de marisco num evento de vinhos. Queres ver que este ano vão trocar ostras por arroz de marisco? Comment? Porque raramente guardo as dúvidas só para mim e há decisões para serem tomadas, a pergunta saiu assim mesmo, a la cara podre “então este ano encontramo-nos outra vez em Julho, na Niepoort, com as ostrinhas do costume, não é verdade?”. E trompetas soaram “ostras e não só!”. Arrematado! Bilhetes comprados e meio mundo aconselhado a fazer o mesmo. Done!

O dia chegou finalmente e as expectativas são altas. Niepoort não me falhes! Em modelo vencedor não se mexe, e o plano traçado foi o do costume. Ir cedo, antes da enchente, preparados para o calor porque o fresquinho da sombra é privilégio, e bem, do rei da festa, o vinho. E proteger o estômago antes, com um revestimento farto que impossibilite os efeitos negativos do consumo de álcool.

Não somos os primeiros a chegar, nem pouco mais ou menos, apesar de passarem apenas 5 minutos da hora de abertura. Mr. Dirk, abrimos as portas mais cedo e não informámos os maiores fãs?  Desta vez passa, mas para o ano a ver se não se repete… O espaço já está composto de gente com um ar bastante saudável e aqui e ali começamos a ver gente conhecida a aparecer, que seguiram, e bem, a dica!

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Então e o vinho, Sara? A Niepoort é marca reconhecida pela qualidade, logo, não estou à espera de sair desiludida. Não sendo a maior conhecedora técnica de vinhos, sei do que gosto, o problema é mesmo enumerar os porquês. Não consigo antecipar “vou gostar daquele porque as castas, a região, o ano, etc são favoráveis ao meu palato refinado”,  mas depois de beber, já consigo diferenciar, na maior parte das vezes o bom do ótimo. A estratégia, no entanto, foi ir bebendo, de acordo com as sugestões dos entendidos. Uma clara vantagem para quem tem guia vínico privado!

Então e as ostras, Sara? Frescas e gordas, a saber a mar, não desiludem. Tenho que admitir que se não fosse pelas ostras, demoraria mais tempo a tomar a decisão de compra da entrada. Foi um festival de ostras algarvias, e já me arrependi de ter feito publicidade às mesmas, porque o festival teria sido muito maior, não fosse a concorrência forte. Mentira, não me arrependi nada, curtir as coisas boas da vida tem mais graça entre gente igualmente apaixonada.

E quando chegou a altura de reforçar o estômago e o fígado, entre umas peças de sushi, uma sandes de leitão, queijo, frutos secos, salgadinhos e chocolate, impossível ter uma recaída com a variedade e quantidade. A Niepoort sabe receber, honra lhes seja feita. Nós saímos satisfeitos e cansados. Praticamente 5 horas de pé mais um regresso ao Porto a pé que já é uma tradição.

Mr. Dirk, somos seus fãs, amigos se preferir! Para o ano cá estaremos novamente, é uma promessa mas se entretanto nos quiser convidar para um chazinho das camélias,  que era uma maravilha convenhamos, estamos às ordens!

Sara

Fotos: próprias

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